Entrevista para a Revista Forbes Portugal em Setembro 2019

Publicado a Fevereiro 8, 2020

A convite da revista Forbes Portugal, a Equipa Rosa concedeu uma entrevista sobre o mercado imobiliário no Algarve.

Algarve, o paraíso das casas de férias!

No Algarve, a presença de compradores estrangeiros não é uma novidade, mas os portugueses estão a ser bastante representativos. A região é, de longe, a preferida para a compra de uma segunda habitação.

Jean Paul e Veronique, franceses, reformados, são um exemplo do perfil do estrangeiro que está a rumar ao Algarve para viver, “e não foi por motivos fiscais”, diz Jean, sublinhando que para isso tinha opções em vários países africanos onde trabalhou ao longo da vida. Ao contrário do mercado lisboeta e portuense, onde o investimento estrangeiro para compra de casa chega atraído pelos programas de incentivo fiscal como o “Visto Gold” e o Regime fiscal para Residentes não Habituais (RNH), o Algarve continua a ser a região preferida do país para aquisição de segunda habitação, seja por compradores estrangeiros que pretendem viver em Portugal ou pelos portugueses que vêem nos imóveis da região uma casa de férias e uma forma de ganhar dinheiro no mercado de arrendamento local. No caso do casal francês, o clima, a hospitalidade das gentes e as boas referências sobre o país dadas por uns amigos a viver na região de Viseu foram o mote para a aquisição da moradia em Alcantarilha, município de Silves. Esta é uma das experiências de Pedro Rosa, agente imobiliário da KW Flash e líder da equipa composta por uma assitente e pelo filho, Miguel, que após finalizar o curso de Gestão Imobiliária, em Lisboa, não hesitou em regressar ao Algarve para se juntar ao pai e a uma actividade na qual se sente como “peixe na água”.

Em conversa com a FORBES na moradia ajardinada de quatro quartos, com piscina e
zona de lazer exterior, que há dois anos vendeu ao casal francês, o agente imobiliário não tem dúvidas. “Os últimos três anos foram os melhores de que tenho memória”. E ela, a memória, já vai longa. Pedro chegou à actividade imobiliária há 12 anos. Até então era comercial numa multinacional alemã fabricante de elevadores, mas a crise no sector da construção, uma consequência da crise económica e algum desalento com a actividade, fizeram-no tentar a consultoria imobiliária. “Só tenho pena de não ter conhecido esta profissão mais cedo”, confessa.

Nos últimos três anos, a equipa Rosa fez 166 transacções na sua zona de actuação, o centro algarvio. “Continua a ser a área mais procurada para compra de habitação secundária”, explica. Tendo em conta os seus números, apenas um terço das transacções que intermediou no ano passado referiam-se a habitações para uso próprio permanente, as restantes tinham como propósito a aquisição de uma habitação secundária.

 

 

É o caso de Jean e Veronique, que continuam a visitar a sua terra natal na Bretanha com alguma periodicidade. Este perfil de comprador e utilizador é frequente e a nacionalidade francesa é a predominante. Pedro considera-os residentes. Os não-residentes pesam cerca de 40% da sua carteira, o que não quer dizer que sejam estrangeiros. “Muitos são portugueses emigrados que investem no Algarve para ter uma casa de férias e para obter alguma rendibilidade no resto do ano”, explica. De facto, se o conceito de arrendamento de curta duração já existia antes do “fenómeno” Airbnb, era na região do Algarve. Segundo Pedro, a região continua a sofrer muito com a sazonalidade. Ainda assim, é possível rentabilizar um apartamento só na época de Verão.

Um T1, a tipologia mais transaccionada, nas vilas da linha costeira tem valores de transacção a rondar os 120 mil euros, embora alguns possam ultrapassar os 200 mil, mas “é fácil conseguir arrendá-los por 500/600 euros por semana nos meses de Verão”, explica o consultor. É também por isso que as pequenas tipologias são as mais procuradas, mas não só. “Os apartamentos são a tipologia que ‘roda’ mais, porque é onde o português consegue chegar. Os portugueses não têm poder de compra para moradias como esta”, adianta, referindo-se à casa do casal francês e a uma notória menor procura de imóveis com valores acima dos 500 mil euros, por parte dos portugueses.

Nos últimos três anos, o negócio correu bem e em 2019 os números vão de feição à equipa Rosa. Porém, o consultor tem notado algumas diferenças. “Embora dependa das zonas, tenho notado um abrandamento na procura”, confessa. Também a sul, as casas estão a demorar mais tempo a vender. Pedro fala em 3 a 4 meses, até firmar o contrato promessa de compra e venda, quando em 2017 e 2018 era menos, mas o que o consultor mais nota é a escassez de produto. A construção de habitação nova está longe dos números do passado, sobretudo dos registados no período pré-crise.

Todavia, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística, o licenciamento de novos fogos tem vindo a recuperar um pouco por todo o país e a região do Algarve tem sido uma das mais beneficiadas pela nova onda de construção, pois entre 2017 e 2018 os novos licenciamentos aumentaram 68%, e de acordo
com os dados até Maio deste ano, a tendência deverá manter-se em 2019.

Entretanto, até que as gruas cheguem, a escassez de oferta em conjunto com o aumento da procura tem-se reflectido no preço do stock disponível. Munido dos números do Confidencial Imobiliário, Pedro sublinha as variações de dois dígitos, em média, dos dois últimos anos, e quando questionado se a tendência é sustentável a resposta é peremptória. “Não. Valorizações de 3% ou 4% sim, mas o que se passou nos dois últimos anos não é sustentável”, confessa.

MAIS OFERTA

 

Algarve e Área Metropolitana do Porto são as regiões onde a construção de nova
habitação está a crescer mais rapidamente, tendo registado uma variação acentuada
entre 2017 e 2018.
 Pelos dados de Maio, 2019 será mais um ano de crescimento da
oferta, mas ainda se está longe dos valores registados antes da crise.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística. Fogos licenciados em construções novas para habitação familiar. (*) Até Maio de 2019.

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